A bolha imobiliária brasileira

Depois da bolha imobiliária americana, e tendo em vista o crescente volume de crédito imobiliário no Brasil, tem surgido, ultimamente, muitos comentários sobre uma possível bolha no mercado imobiliário brasileiro.  Será?

Para responder essa pergunta, vou analisar algumas variáveis:

1. Volume de crédito imobiliário em relação ao PIB – No Brasil, essa relação é de 3%, contra 62% nos Estados Unidos e 42% na Espanha.  Logo, muito abaixo dos níveis internacionais.

2. Déficit imobiliário – Há um déficit de imóveis no Brasil muito grande, principalmente para as classes C e D. Neste quesito, portanto, ainda temos muito o que crescer e o desenvolvimento desse mercado vai demorar ainda muitos anos.

3. Taxas de juros – Com as taxas de juros em declínio histórico, apesar do repique deste ano, o crédito de longo prazo se torna mais atrativo, aquecendo a procura por imóveis.

4. Controle do Banco Central sobre os empréstimos imobiliários – O Banco Central do Brasil atua fortemente no controle dos créditos imobiliários e define regras para assunção de riscos pelos nossos bancos.

5. Securitização de recebíveis imobiliários (CRI) – O mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários no Brasil ainda é diminuto, embora venha crescendo nos últimos anos.  Mas ainda há limites regulamentares quanto à posição dos investidores institucionais nesse produto.

Em vista dos pontos acima, no meu entender, ainda falta muito para chegarmos a uma bolha imobiliária.  Podemos, portanto, neste momento, dormir em paz, no que se refere a esse aspecto.