Novo formato de certificações ANBIMA

Você tem CPA-10, CPA-20 ou CEA? Sabia que elas vão mudar? Mas não se preocupe, só em 2026. Até lá, tudo fica igual como “dantes no quartel de abrantes”.

O que vai mudar, então? Como vão se chamar as novas certificações?

Hoje, muitos conteúdos se repetem na CPA-10, na CPA-20 e na CEA. A ideia é que não haja repetição de conteúdo.

Foram feitos estudos e verificaram que para trabalhar no mercado de distribuição de investimentos é necessário ter habilidades e competências específicas, inclusive questões comportamentais, que não são avaliadas hoje nas atuais certificações.

Serão criados três tipos de certificação, a princípio chamados A, B e C, cada um contemplando um tipo de conhecimento. Essas certificações serão complementares e não serão repetitivas e haverá prerrequisito para subir de A para B e de A para C.

Como o aluno poderá estudar para as certificações

O postulante à certificação A, B ou C poderá se preparar para o exame de certificação como já vem fazendo: no aplicativo Anbima Edu, nos cursos preparatórios ou nos livros disponíveis nas livrarias, como atualmente acontece.

Como será a atualização da certificação

A Anbima Edu vai dispor de mini-cursos com conteúdos específicos. Quem estiver certificado vai receber email da Anbima informando de novas regras ou produtos do mercado financeiro. Este profissional terá, então, que fazer esse mini-curso para se atualizar. Não fará uma nova prova de certificação.

Resumo

Se você está pensando em tirar a CPA-10, CPA-20 ou CEA agora ou se recertificar, não perca tempo, manda brasa! Tudo permanece igual.

Se sua certificação CPA-10, CPA-20 ou CEA vence depois de 01/01/2026, aguarde! Nem a Anbima sabe ainda como será a transição.

A Anbima Edu terá todo o histórico de conhecimento de cada certificado e este será avisado toda vez que surgir alguma novidade no mercado e que é importante para se manter atualizado, devendo fazer um novo mini-curso.

Quer estudar para a CPA-20 atual e não sabe por onde começar? Em abril ou maio sairá a 5a. edição do meu livro Exame de Certificação ANBIMA CPA-20 – Teoria, da editora Atlas. Avisarei assim que já estiver nas livrarias.

LIVE: Como trabalhar no mercado financeiro

Dia 29/10, às 19 horas, a Profa. Herida Tavares fará live com a Profa. Lilian Gallagher e a Profa. Edna Wojchiechowski sobre as certificações do mercado financeiro, no seu canal do Youtube (Youtube.com/HeridaTavares).

Prepare suas perguntas para interagir durante à Live. Aproveite a oportunidade para tirar todas as dúvidas.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=fKYaob0XP2A

Divulgue para seus amigos.

Faço ou não faço previdência privada?

Augusto – E sobre seguro e previdência, Lilian, vc teria algum aconselhamento para nos passar?

R: O planejamento para a aposentadoria deve começar o quanto antes.  A ciência elevou nossas expectativas de vida.  Isso significa viver mais tempo com a minguada aposentadoria, principalmente no caso de quem trabalha no setor privado.

Nos acostumamos com um estilo de vida que dificilmente teremos na aposentadoria.  Então, temos que planejar desde cedo.  Isso significa juntar dinheiro de alguma forma para complementar a renda que receberemos do governo no futuro.

Isso pode ser feito de várias formas.  Tem gente que compra imóveis ao longo da vida para viver de alugueis no futuro.  Tem gente que compra ações para viver de dividendos.  Tem gente que faz o seu pé de meia participando de um fundo de pensão privado, seja aberto ou fechado. 

As previdências privadas estão aí para isso, para ajudá-lo a guardar dinheiro para a aposentadoria.  Existe o PGBL e o VGBL.  A diferença entre eles é o público alvo.  O PGBL é indicado para quem preenche o imposto de renda no formulário completo, porque pode abater as contribuições feitas da renda e, assim, diminuir o imposto a pagar.  Já o VGBL é indicado para quem preenche no formulário simplificado, porque não permite abatimento durante o período de contribuição.

Lá no momento de receber o benefício, entretanto, se no PGBL o participante teve benefício ao longo da contribuição, no momento de receber o benefício ele irá pagar imposto de renda sobre todo o valor recebido.  Enquanto isso, no VGBL, o imposto de renda irá incidir somente sobre o rendimento.

Uma coisa é certa: a longevidade está aí para ficar e precisamos nos planejar para quando o momento chegar.  Tem gente que diz que vai trabalhar até morrer, mas sabemos que isso só é possível enquanto tivermos saúde física e mental.  Vejo minha sogra, com 102 anos, a pessoa mais velha que conheci presencialmente até hoje.  O dinheiro dela acabou e agora depende da ajuda dos filhos.  É isso que desejamos para nós?  E se ela não tivesse filhos?  Pense nisso e comece desde já a juntar para a sua aposentadoria.

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Como fazer um diagnóstico da sua situação financeira?

Na live de 25/08/2020, o Augusto da Proinvest me perguntou:

Augusto – Lilian, você poderia sintetizar de uma forma rápida, de como podemos fazer um diagnóstico rápido da situação financeira para avaliar a melhor opção de investimento, é claro que de acordo com o perfil de cada um e principalmente avaliando os riscos do investimento?

Confira a minha resposta a seguir:

Para começar, quero deixar bem claro que “não existe o melhor investimento”.  É como perguntar “qual o melhor remédio?” a um médico.  Assim como para receitar um remédio é necessário fazer um diagnóstico da saúde do paciente, para indicar um investimento é fundamental fazer um diagnóstico da vida do investidor.

Perguntas como:

  • Qual a sua idade?
  • Qual seus objetivos com esse dinheiro?
  • Por que prazo deseja aplicar os recursos?
  • Qual seu perfil de risco?
  • Qual seu conhecimento de produtos financeiros?
  • Qual sua renda e suas despesas?
  • Como está alocado seu patrimônio como um todo?

Para fazer um trabalho correto é fundamental ter respondidas, no mínimo, essas perguntas.  Um investimento pode ser bom para mim e péssimo para você.  Somos seres únicos e assim temos que ser entendidos na hora de indicar um investimento.  Eu, por exemplo, posso ter uma posição em zero imóveis, 80% em ações e 20% em renda fixa.  Já você, pode ter tudo em imóveis e zero em aplicações financeiras.  Outra pessoa pode ter 80% em renda fixa e 20% em multimercados.  São situações diferentes, que requerem soluções distintas.

Do mesmo jeito, podemos ambos estar aplicando R$ 10.000,00, mas você já tem R$ 10 milhões aplicado e eu só R$ 1.000,00.  Entende a diferença? Para quem é milionário, R$ 1.000,00 não é nada, mas para quem não tem nada, R$ 1.000,00 é tudo!

É muito importante também compreender os riscos dos investimentos.  Não há investimento sem risco, é importante ter ciência disso.  Existem três riscos diferentes nos investimentos, todos já abordados em blogs passados:

  • Risco de crédito
  • Risco de mercado
  • Risco de liquidez

Não é porque temos um CDB com rentabilidade de 100% do CDI do Banco A, outro do Banco B e um terceiro do Banco C que estamos diversificados.  Em termos de risco de crédito, ok, estamos em três instituições diferentes, mas estamos correndo o mesmo risco de mercado nos três.  É importante ter ciência dessas questões, e isso é um dos itens que abordo no meu livro, no capítulo sobre técnicas de investimento.

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ESTATÍSTICA PRIVATE

Saiu a estatística da ANBIMA de fim de ano do segmento Private. Como esperado, com a queda na taxa de juros, o risco das carteiras aumentou.

Em 2018, 35,8% do volume aplicado estava em Renda Fixa. Esse percentual caiu para 29,8% em 2019. Na contramão, as aplicações em ações subiu de 19,7% para 25,1%.

Talvez você esteja se perguntando para que uma pessoa com tanto dinheiro tem recursos aplicados na previdência privada? Na verdade, esse dinheiro é assim alocado para fazer jus às primeiras necessidades em caso de falecimento do titular da conta, sem necessidade de passar por inventário e com liberação em até 30 dias.

Alocação dos clientes Private por classe de ativo

Outra estatística importante é o crescimento da riqueza em São Paulo e o empobrecimento do Rio de Janeiro. Quanto ao Rio de Janeiro, é inócuo apontar os motivos. Todos já sabemos a penúria em que se encontra o estado, o que se reflete na riqueza dos seus cidadãos, sejam de que classe forem. Mas, pode se ver que rico tende a ficar cada vez mais rico, quando tem o mínimo de juízo e não coloca tudo a perder, por vezes o caso de famílias que não se preocupam com a sucessão e acabam em disputa familiar.

Valor investido por estado

Valor médio por conta Private

A tabela ao lado mostra a média de volume financeiro por conta. Lembro que uma família pode ter mais de uma conta, pois há bancos que trabalham com o conceito de família e não de conta.

Como era de se esperar, as famílias de São Paulo são mais ricas e ficaram mais ricas ainda de um ano para outro. A riqueza delas por conta bancária cresceu 18,5%, bem mais que o CDI de 2019, que acumulou no ano 5,97%. Logo, a riqueza delas cresceu 310% do CDI, algo de arregalar os olhos.

Fica aqui uma pergunta: o que terá ocorrido? Elas realmente ficaram mais ricas com dinheiro que receberam de rendas diversas, exceto mercado financeiro? Ou será que souberam aproveitar as oportunidades que o mercado lhes apresentou?

Gostaria muito de saber sua opinião. Que tal deixar aqui um comentário?

Marcação a Mercado de debêntures

Existe um estudo em andamento para obrigar a Marcação a Mercado (MaM) das debêntures nas carteiras dos clientes. Atualmente, essa obrigatoriedade recai somente sobre os fundos de investimento. Mas qual a importância da MaM?

Se você não sabe, nos idos de 2002, este procedimento se tornou obrigatório, gerando muita confusão no Mercado pois, de uma hora para outra, os fundos de investimento tiveram que precificar os títulos de renda fixa a preço de mercado. Isso ocorreu em um momento em que os títulos estavam sobrevalorizados na carteira dos fundos. A consequência imediata foi a também sobrevalorização das cotas dos fundos.

A cota de um fundo representa o valor de todos os ativos do fundo menos os valores a pagar pelo fundo – como liquidações sobre os ativos adquiridos, despesas de corretagem e custos de taxa de administração – dividido pela quantidade de cotas emitidas pelo fundo. Logo, se a carteira do fundo estiver sobrevalorizada, a cota também estará. Mas, e daí?

Cota de fundo que não espelhe o correto valor de mercado dos seus ativos pode gerar transferência de riqueza entre cotistas. ATENÇÃO: essa pode ser uma questão da prova do CPA-10 ou CPA-20!!!

Imagine que um cotista A peça resgate de um fundo cuja cota esteja sobrevalorizada. Ele vai resgatar mais do que deveria. Em contrapartida, quem ficou no fundo vai amargar perda em função desse resgate. Isso ocorre porque o gestor do fundo terá que vender ativos da carteira, sejam ações ou títulos de renda fixa, para poder pagar o resgate solicitado. Quando o gestor for a mercado vender os títulos, venderá por um preço menor que o que foi utilizado para calcular a cota do fundo. Assim, o cotista que saiu vai se dar bem, uma vez que recebeu a cota “gorda”, à custa dos que ficaram. Isso também não seria justo para os cotistas que aplicam no fundo, porque comprariam cotas com o preço acima do que seria justo.

Se olharmos para a posição inversa, em que os ativos do fundo estariam precificados a valor menor que o que valem no mercado, continuaremos incorrendo em injustiças, favorecendo quem aplica no fundo e penalizando quem resgata do fundo. Daí a importância da Marcação a Mercado em fundos de investimento. Mas para que utilizar a MaM em carteiras próprias?

Na minha opinião, existem vários motivos que embasariam a utilização da metodologia de MaM em carteira de indivíduos. Vejamos quais são.

Para começar, em muito ajudaria o cliente a tomar decisão de resgatar o título ou não. Atualmente, essa prática já é comum com as ações. As corretoras normalmente informam no extrato do cliente o preço de custo e o valor atual dos papéis. Você há de convir que é fácil analisar a performance do título dessa maneira.

Um outro motivo não menos importante é a questão educativa. Ao enviar extrato para o cliente com os títulos de renda fixa marcados a mercado, o investidor tem a verdadeira noção da variabilidade/volatilidade do título. Até hoje, muitos investidores acham que renda fixa é FIXA, o que é um grande equívoco, e ter os títulos precificados à preço de mercado vai ajuda nesse entendimento.

Mas como acontece nos mercados maduros, no exterior? Os extratos das carteiras dos investidores no exterior já vêm com os títulos marcados a mercado.

Por fim, vamos pensar aqui juntos: ser transparente e ter a informação correta não nos leva a ter ilusões e facilita nosso planejamento e tomada de decisão. Por isso, para mim, não se trata de questão regulatória e sim de bom senso. É fundamental que o mercado de renda fixa amadureça e seja uma fonte de captação de recursos para as empresas e mais uma opção para os investidores. Mas, para isso, temos que trabalhar com os pés no chão, sem trazer falsas expectativas para o investidor. Portanto, sou a favor de que os estudos saiam do campo teórico e se tornem realidade.

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Assista ao webinar com a Profa. Lilian

Assista ao webinar com a Profa. Lilian Gallagher, realizado na plataforma da editora Atlas/Grupo Gen no dia 20/03/2019.  O tema desenvolvido foi:

O Passo a Passo para trabalhar no mercado financeiro

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Que título de renda fixa tem menos risco de mercado?

Em posts passados você aprendeu sobre Duration.  Você já sabe: (i) que é uma medida de tempo, correspondente à média ponderada dos valores presentes dos fluxos de caixa de um título de renda fixa; e (ii)  quanto menor a Duration, menor o risco de mercado do título, ou seja, quando a taxa de juros variar, menor será a oscilação no preço do título.

Neste post vou comparar alguns títulos.  Vamos lá.  Suponha os títulos abaixo:

 

Título A

Título B

Título C

Título D

Título E

Valor de face

$1.000

$1.000 $1.000 $1.000

$1.000

Vencimento

4 anos

10 anos 10 anos 10 anos

10 anos

Cupom anual

8% 12%

12%

YTM

12%

12% 12% 12%

15%

PU

635,52

321,97 773,99 1.000

849,44

Amortização

No final

No final No final No final

No final

Duration

4,0

10,0 6,84 6,33

6,02

Cálculo da duration de Macaulay para o título A (YTM = 12%)

(1)

-2

(3) (4)=(3)/Soma(3)

(5)

Ano

Cash flow $

VP fluxo (2)  $ VP % preço

(1) x (4)

10

1000

321,97 1,0000

10,0000

Soma  

321,97

1,0000

10,0000

Duration A = 10,0 anos

Cálculo da duration de Macaulay para o título B (YTM = 12%)

(1)

-2

(3) (4)=(3)/Soma(3)

(5)

Ano

Cash flow $

VP fluxo (2)  $ VP % preço

(1) x (4)

4

1000

635,52 1,0000 4,0000

Soma

  635,52 1,0000

4,0000

Duration B = 4,0 anos

Conclusão 1: Quanto maior o prazo => maior a Duration => maior o risco

Conclusão 2: Para títulos sem pagamento de cupom intermediário => Duration = prazo do título

Cálculo da duration de Macaulay para o título C (YTM = 12%)

(1)

(2) (3)* (4)=(3)/Soma(3) (5)
Ano Cash flow $ VP fluxo (2)  $ VP % preço

(1) x (4)

1

80

71,43 0,0923

0,0923

2

80

63,78 0,0824

0,1648

3

80

56,94 0,0736

0,2207

4

80

50,84 0,0657

0,2627

5

80

45,39 0,0586

0,2932

6

80

40,53 0,0524

0,3142

7

80

36,19 0,0468

0,3273

8

80

32,31 0,0417

0,3340

9

80

28,85 0,0373

0,3355

10

1.080

347,73 0,4493

4,4927

Soma

 

773,99

1,0000

6,8374

Duration título C = 6,84 anos

Cálculo da duration de Macaulay para o título D (YTM = 12%)

(1)

-2 (3) (4)=(3)/Soma(3) (5)
Ano Fluxo Caixa $ VP fluxo (2)  $ VP % preço

(1) x (4)

1

120

107,14 0,1071

0,1071

2

120

95,66 0,0957

0,1913

3

120

85,41 0,0854

0,2562

4

120

76,26 0,0763

0,3050

5

120

68,09 0,0681

0,3405

6

120

60,80 0,0608

0,3648

7

120

54,28 0,0543

0,3800

8

120

48,47 0,0485

0,3877

9

120

43,27 0,0433

0,3895

10

1.120

360,61 0,3606

3,6061

Soma

 

1000,00

1,0000

6,3282

Duration D = 6,33 anos

Cálculo da duration de Macaulay para o título E (YTM = 15%)

(1)

-2 (3) (4)=(3)/Soma(3) (5)
Ano Cash flow $ VP fluxo (2)  $ VP % preço

(1) x (4)

1

120

104,35

0,1228

0,1228

2

120

90,74

0,1068

0,2136

3

120

78,90

0,0929

0,2787

4

120

68,61

0,0808

0,3231

5

120

59,66

0,0702

0,3512

6

120

51,88

0,0611

0,3664

7

120

45,11

0,0531

0,3718

8

120

39,23

0,0462

0,3695

9

120

34,11

0,0402

0,3614

10

1.120

276,85

0,3259

3,2592

Soma

 

849,44

1,0000

6,0177

Duration E = 6,02 anos

Conclusão 3: Quanto maior a taxa do cupom => maior os pagamentos intermediários => menor a Duration.

Conclusão 4: Quanto maior o YTM => menor a Duration

Aguarde o próximo post, quando aplicaremos o conceito na prática.

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